Como a Bolsa de Valores Funciona?

Taxa Selic a 5 %? E as ações, como ficam?

    Bolsa de valores, “o negócio complicado”…  

    Quando o assunto é sobre a B3 ou bolsa de valores – como preferir – é inegável não identificar o pano de fundo muito mal definido que ainda temos sobre ela. O cenário é muito difuso e, por isso, não importa o caminho: renda fixa ou renda variável, os dados alarmantes não escondem a imaturidade financeira que o Brasil presencia.

    No setor que se refere a renda variável (ações, ETFs, Fundos imobiliários, fundos de ações e commodities) deixarei o tema restrito as ações.

    Quando há a compra  e venda de ativos na B3, sejam eles no mesmo dia, mês ou  ano, é possível distinguir as modalidades de investimento por meio do tempo em cada um leva para ser executado – compra ou venda. Primeiramente vamos começar com as mais conhecidas; day trade, swing trade e position trade. Ah! Esqueci de citar, talvez você conheça essa última como “buy and hold”.

    As variáveis mais implicantes, além do tempo, é o recolhimento do imposto de renda. No day trade, as operações de compra e venda são realizadas no mesmo dia e são cobradas, do lucro total, 20% no IR. Já por outro lado, no swing trade, o prazo de compra e venda é maior e, nesse caso, o tempo entre as operações de abertura e fechamento podem ser de alguns dias, ou meses e o recolhimento de IR cai para 15%. Já na última e, na minha opinião, a mais rentável, (position trade) se baseia no investimento de longo prazo. Essa categoria (position trade) se diferencia dos outros modos de alocação do dinheiro, pois há a retenção das opções compradas por um tempo, muitas vezes, indeterminado ou até obter-se aumentos consideráveis sobre os preços das ações para a realização do lucro – venda.

    Falar de investimentos já é uma tarefa complicada, tanto pela quantidade de opções, as quais podem ser escolhidas pelo investidor, ou pelos próprios estereótipos que circundam esse assunto.

     No Brasil, especialmente, podemos ver como o cenário se comporta. Aquela velha conta poupança, segundo a pesquisa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), consolidada, ainda assegura mais de 60% da população brasileira, Contudo, é interessante entender que o intuito, na maioria as vezes dos ocupantes dessa área não é de um investimento em si, mas sim um lugar que dê segurança e controle de capital.

    Em junho de 2019 a caderneta de poupança cresceu de R$ 800,647 bilhões para, em julho, atingir ou R$ 802,063 bilhões de reais, segundo informações do Banco Central. Em agosto desse mesmo ano o valor líquido das aplicações também fechou o mês com números positivos. Os depósitos, pelos números do BC, contabilizaram R$ 203,8 bilhões, enquanto os resgates totalizaram R$ 202,5 bilhões, resultando em um saldo líquido de R$ 1,316 bilhões.

    Dados divulgados por analistas no site da Suno Research mostram que o número de investidores no mês de setembro de 2019 bateu 1.441.874. No mesmo período de 2018, o número de Cadastro de Pessoas Físicas (CPFs) na B3 eram de 813.291. Assim, em um ano, os números dispararam em 56,40%. Já a marca histórica de 1 milhão de investidores pessoas físicas foi atingida pela Bolsa em abril de 2019.

    Achou pouco? E é, pois a ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), junto ao Data Folha, realizaram uma pesquisa no início de 2019 e constataram que em torno de 36% brasileiros investem na poupança, ao passo que na Bolsa de Valores somente 0,68%.

    Não é de hoje que ouvimos pessoas falando, “olha, você viu? as ações estão subindo hoje, está na hora de comprar”, ou, “A bolsa caiu muito hoje, quem comprou está ferrado” Ora! Não posso esquecer de citar quem se refere as ações sendo apostas. Como se cada lance (ação) comprada fosse um tipo de jogo que pudesse ou não dar certo.

    Uma empresa, de forma criteriosa, seleciona seus indicadores internos antes de fazer uma abertura de capital e, por esse motivo, diversas burocracias são necessárias para que tal meta possa ser concluída. O primeiro passo é a transformação do empreendimento em Sociedade Anônima, registrada e assinada pelo sócios.

     De forma simplificada, a entrada na B3 (Bolsa de valores) se dá pelo Initial Public Offering (IPO) – em português, Oferta Pública Inicial. Após todos os procedimentos, o valor decidido pelos sócios da empresa são disponibilizados em pequenas frações. São exatamente essas frações que determinam o preço e quantidade dessas ações.

    Uma empresa pode abrir seu capital para arrecadar recursos para o seu crescimento, ou até mesmo – quando bem consolidada – para manter-se ativa junto a seus acionistas, donos de ações e, assim, distribuírem seus lucros.

    Com  o passar do tempo e uma boa gestão, empresas aumentam seu potencial de crescimento. Um exemplo claro e bem visto hoje é o banco Inter. Seu IPO foi feito no ano de 2018 a um valor inicial, por ação,  de aproximadamente R$3,00 reais e hoje, mais de ano depois, está em torno de R$15,00 reais e é um dos bancos digitais que mais tiveram crescimento no último trimestre de 2018. Só em 2019 o número de contas chegou a 1,9 milhões, as quais, em 2018, acumulavam 741 mil.

     Nessa altura você já deve estar se perguntando, o que são ativos?

     Um ativo pode ser caracterizado por algo que dê lucro e, por esse motivo, as ações, ETFs e fundos imobiliários são exemplos que já foram citados. Porém, é necessário distinguir que existem opções que não são ativos, pois não retornarem lucro. Um exemplo; um quadro, joia ou artefato valioso – mesmo que historicamente – , pois seu principal objetivo é valorizar-se em torno de seu próprio eixo sem disponibilizar-se de rendimentos como empresas que são listadas na B3.

Cada ação corresponde a uma pequena parte da empresa e, por esse fator, nem todas são do mesmo segmento, tamanho ou área. Acima citei sobre IPO, e como disse, é quando as empresas de fato começam sua jornada na bolsa, abrindo seu capital. Em cada classe de ativo, existem diferentes opções de compra. Por exemplo: é muito mais fácil comprar e se assegurar com ações de Petrobrás ou Vale, pois são empresas gigantes e extremamente consolidadas. As chances de perdas, nesses casos, são reduzidas quando se comparadas as menores empresas.

Para, de fato, estudar quais empresas são boas e retornaram lucros, existem diversos modos de analisa-las. Abaixo, umas das correntes que podem ser utilizadas.

Margem líquida: é o tanto de dinheiro a que empresa arrecadou após pagar todas as despesas, pois, sendo dono de frações dela, você deseja que seja gerado lucro, não é mesmo?

O próximo termo que poderia deixar listado aqui se chama Return on Equity (ROE) ou retorno sobre sobre patrimônio líquido. Nessa base, o patrimônio líquido – ativos e, nesse caso, não estamos nos referindo os ativos sobre investimentos, mas sim os ativos correspondentes  ao valor total que a  empresa possui; carros, máquinas e os valores que ela tem pra receber a longo e curto prazo -, devem ser compatíveis e maiores em relação aos passivos, nesses casos; os gastos com funcionários, a própria empresa e outros meios necessários.  por isso o lucro líquido deve ser mais  alto em relação ao patrimônio líquido.

Posteriormente, o Divident Yield, mede a capacidade de divisão de lucro para os acionistas da empresa. Hora! Não adianta somente crescer, também é necessário gerir e tornar lucros para seus acionistas.

O próximo é a dívida líquida equivalente ao valor que a empresa tem em caixa em relação as suas dívidas. Nesse indicador, quanto mais baixa a dívida, melhor.

E aí, depois de algumas explicações, será que ainda podemos ver a B3 como uma aposta?

Claro que os indicadores citados para análise de empresas podem ser das mais variadas formas e seria impossível colocar todos aqui, por isso resumi os que mais tenho afinidade e uso em meus aportes.

Por fim, devo salientar que dentro de tudo isso é possível definir diversas formas de investimento na bolsa, sendo pelo curto, médio e longo prazo, meio em que cada perfil se adéqua a sua modalidade, por isso, busque sempre conhecimento e boas referências a respeito do assunto explanado nesse pequeno artigo sobre o mundo dos investimentos.

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